Tinha dias que estava tão bem, mas tão bem que quase se esquecia o que outrora sentiu.
Em outros a dor a pegava desprevenida a flor da pele antes mesmo que saísse da cama.
Então, ela correu o máximo que pôde para preencher o tempo com coisas que não gostava só para não ter mais tempo de pensar. Pensar no que poderia ter sido e não foi.
Ela engoliu o orgulho e admitiu sua fraqueza para voltar mais forte. Aprendeu que se machucar não vale a pena, agora apenas cicatrizes (por dentro e por fora) ficaram.
Ela mudou a rotina, mas antes disso refez todos os caminhos feitos juntos, mas agora sozinha para se dar conta, mesmo em meio às lágrimas, de que não deve mais esperar.
Ela mudou o cabelo, o emprego, os móveis do quarto, mas não sua essência porque não é isso o que a vida espera.
Ela leu muitos livros, fez muitos amigos, explorou sua nova cidade, experimentou um gole de alegria verdadeira e gostou.
Ela ainda sente a perda, ainda sente o coração apertar e a respiração ficar comprometida quando pensa na saudade, mas agora ela se convenceu de que não era sua culpa.
As cicatrizes estão nela, mas agora não são lembranças de sofrimento, mas de sobrevivência.
Ela superou, perdoou, cresceu, aprendeu e é bem melhor do que antes.
Ela é feliz!
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